terça-feira, 4 de maio de 2010

Não uma simples imagem!

Comunicação: De acordo com o dicionário Folha/Aurélio, comunicação significa “ato ou efeito de emitir, transmitir e receber mensagens por meio de métodos e/ou processos convencionados, quer através da linguagem falada ou escrita, quer de outros sinais, signos ou símbolos, quer de aparelhamento técnico especializado, sonoro e/ou visual.” Ainda neste verbete, encontramos que comunicação é “a capacidade de trocar ou discutir idéias, de dialogar, de conversar, com vista ao bom entendimento entre pessoas.”

Mas a TV permite o diálogo?

A diversidade de informações sobre os mais distantes universos culturais despertam a curiosidade para o novo, para o que deve ser entendido e absorvido para depois alimentar mais aprendizado sobre o mundo real versus o imaginário. A TV e seu diálogo tornam-se uma extensão do mundo real que rodeia o homem, mais um dos espelhos onde ele pode espiar os outros ao mesmo tempo em que se vê nesse processo.

É a leitura do uniforme e do diverso na comunicação existencial através da leitura das imagens, ler uma imagem requer informação, interação e associação entre repertório e códigos utilizados. Então pode-se dizer que essas imagens permitem a vc, telespectador, um diálogo com seus valores, pois ao nos depararmos com uma mensagem a ser captada, nossos sentidos entram em ação buscando associações para o pleno entendimento. No caso da imagem, nossos olhos são instrumentos magníficos para darmos início a uma leitura baseada em nossa intuição e sensibilidade com subseqüente emissão de julgamento de valor, embora não nos demos conta do caminho percorrido nesse processo na maioria das vezes.

Então, podemos dizer que a TV pode participar da nossa socialização?

Desde que nossos pais começam a se comunicar conosco, segundo algumas pesquisas nosso repertório comunicativo está em formação. Ao entrarmos no mundo, começamos a ter contato com representações simbólicas que nos ajudarão a ver, ler e entender o mundo que nos cerca a comunidade em que viveremos. Começamos a comunicar e com o passar do tempo, nossos valores simbólicos se alicerçam e, por conseguinte, nossas crenças afloram de acordo com a ideologia na qual estamos inseridos e aprendemos a ler o mundo que nos envolve, o que chamamos de socialização primária.

Pode-se considerar que a leitura desse mundo ao nosso redor começa pela percepção da imagem, seja ela concreta ou abstrata. Logo uma criança que constantemente fica a frente da TV, esta aprenderá a se socializar no mundo exterior através do registro da visão de mundo que ela assiste através da comunicação de mensagens, mais ainda, a televisão aciona diretamente mecanismos de projeção e identificação, fascinando e seduzindo a criança, principalmente quando se percebe a televisão como o livro do analfabeto e do semi-analfabeto, condições estas em que se encontra grande parte das crianças não apenas pela idade como, principalmente, pela falta de oportunidade. A criança, por sua vez, está plenamente consciente da necessidade deste veículo não apenas como diversão, mas como encaminhador da vida.

A partir daí, como a criança pensa e sente por imagens, principalmente, o seu mundo é a televisão, o cinema e os quadrinhos lhe oferecem este mundo concretizado, o que explica seu encanto e sua identificação para com os mesmos.

Segundo um filósofo educador canadense McLuhan, afirma que a própria forma do meio de comunicação pode influenciar a natureza da organização social e da sensibilidade humana e que, portanto, as novas tecnologias de comunicação tiveram um impacto fundamental sobre os sentidos e as faculdades cognitivas dos seres humanos.

Contrariamente ao ocorrente nas sociedades orais tradicionais, a escrita e a impressão criaram uma cultura dominada pelo sentido da visão especializando e racionalizando os indivíduos e formando uma “aldeia global” onde, graças à midia eletrônica, os indivíduos se unem em redes globais de comunicação instantânea. Esta recepção instantânea de imagens e vozes seria a responsável pela alteração no conteúdo da cultura.

*Texto baseado nos seguintes artigos:

http://www.faac.unesp.br/publicacoes/anais-comunicacao/textos/10.pdf

Artigo da UNESP

http://www.bdae.org.br/dspace/bitstream/123456789/2229/1/tese.pdf

Artigo da UnB

Um comentário:

  1. "Segundo um filósofo educador canadense McLuhan, afirma que a própria forma do meio de comunicação pode influenciar a natureza da organização social."?
    Correção:
    "Segundo o filósofo educador canadense, McLuhan, a própria forma do meio de comunicação pode influenciar a natureza da organização social."

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