quarta-feira, 14 de abril de 2010

Olá , bom dia, boa tarde ou boa noite, você já ligou sua TV hoje?

Acreditamos que boa parte das respostas seja sim, afinal as estatísticas mostram e acredito que o que observamos diariamente também nos faz chegar a conclusão sobre a grande quantidade de pessoas que possuem este aparelho em suas casas. Mas a questão é: como ele interfere nas relações familiares? Durante a confecção do trabalho foram colhidos depoimentos e dados com um questionário elaborado pelo grupo, esses materiais junto com estatísticas de órgãos importantes e de maior abrangência, permitiram-nos chegar a conclusões sobre este aparelho que está em grande parte das casas.

Televisão: ferramenta útil no processo de globalização

A globalização pode ser entendida como o processo de transformação social a qual possui vários meios de comunicação, a televisão é um dos principais instrumentos deste processo.

A televisão informa, diverte, mas também influencia muitas pessoas, principalmente com ideias que agradam o atual sistema capitalista que vivemos, afinal comerciais da Coca-Cola, McDonalds, etc, são muito comuns quando estamos na frente da “telinha”.

É evidente a influencia que a TV causa na sociedade, porém não é este o foco do trabalho que visa demonstrar como ela entra em nossas casas e muitas vezes substitui conversas a mesa, brincadeiras, enfim as relações entre as pessoas. Abaixo estão alguns dados:

“No Brasil temos a televisão como a principal fonte de informação da maioria da população. Cerca de 92,6% dos lares brasileiros têm aparelhos de TV. Nas classes A e B, 100% são em cores; na C, 98%; nas D e E, 81%. Nas classes A e B, 85% dos domicílios dispõem de dois ou mais televisores, contra 72% em 1994. E 88% dos televisores existentes estão equipados com controles remotos. E desde a implantação do Plano Real, em 1994, esse número tem crescido expressivamente, quando 75,7% dos domicílios tinham TV. Nos dois anos seguintes, os índices evoluíram para 81% e 84,3%. A venda de aparelhos em cores também se acelerou: de 4.984.800 unidades em 1994 para 7.835.900 em 1997. O dado significativo é que, como a totalidade das classes A e B já possuía televisão, o avanço se deu na base da pirâmide social, ou seja, nas classes C e D. (Moraes,1998).

A pesquisa realizada pelo IBGE sobre o Perfil dos Municípios Brasileiros, constata que 98,3% das cidades do país captam imagens de TV. Comparando com outros dados pertinentes à questão de informação e entretenimento, a mesma pesquisa mostra que os cinemas estão presentes em apenas 7% das cidades, os teatros em 14% e os museus em 16%. Esses dados demonstram que os brasileiros são aficionados por esse veículo, igualando-os ao telespectador de países desenvolvidos, como os Estados Unidos. Outro dado interessante é que cerca de 2 milhões de lares possuem o aparelho de TV, mas não têm geladeira. (Revista TUDO, 2002).

Com relação à audiência de TV, pesquisa realizada na década de 90, em São Paulo pelo Datafolha demonstrou, entre diversos aspectos,que a questão da idade se mostra bastante importante na questão de exposição à TV:quanto mais jovem o telespectador, mais exposto ele está à TV. As pessoas com idade entre 16 e 25 anos passam catorze minutos a mais por dia em frente à TV, e 25 minutos a mais que os mais idosos (com 41 anos ou mais). O maior diferencial ocorre aos sábados, quando os jovens ficam expostos 31 minutos a mais que os da faixa entre 26 e 40 anos, e 56 minutos a mais que os mais velhos.” Retirado de [COSTA, Alda Cristina Silva da; MENDES, Ana Maria Pires. Globalização e televisão: alterando as relações sociais; MOVENDO Ideias, vol.8, n. 14, p. 14: 23/novembro/2003]

Essas pesquisas demonstram como a televisão está presente nas casas brasileiras e que parece estar se tornando um objeto indispensável nos domicílios, e estão mais presentes que teatros, cinemas e museus em muitas cidades.

Depoimento

Além dos dados as observações do dia-a-dia e os depoimentos de pessoas que viveram com e sem televisão são importantes para a formação de uma opinião sobre o que este aparelho causa dentro de casa.

Nossa pesquisa foi realizada em uma determinada região de São Paulo para que pudéssemos chegar a conclusões, dentre as visitas feitas e das respostas obtidas no questionário, obtemos um depoimento de uma senhora de 65 anos a qual demonstrou sua posição com relação a este aparelho e sua aparição.

Maria, seu nome, lembrou que durante boa parte de sua vida não tiveram este aparelho, o qual era uma grande aquisição na época e só o tinham quem possuía um pouco mais de dinheiro para comprá-lo, seus filhos (quatro) viveram boa parte da infância sem ele. Ela fez uma comparação com seus netos que quando vão visitá-la sentam em frente à televisão e colocam em seus canais de desenhos, não há mais tantas brincadeiras como aquelas que eram feitas quando ela visitava a avó : “Era uma alegria só quando todo mundo se reunia, eu e meus primos brincava no quintal e meus pais, tios, conhecidos ficavam todos conversando a tarde toda, os vizinhos da vó iam jogar bingo e todos participavam; a hora do jantar estavam todos sentados, a gente comia, falava, conversava, hoje quando vou a casa da minha filha cada um come em um horário, em um local na frente da TV e nem sabem como foi o dia dos outros, às vezes fico triste de ver as famílias assim, distantes” Ela ainda acrescentou “Eu adoro uma novela, não posso mentir, mas também gosto de conversar, perguntar, mas hoje isso é muito mais difícil, eu também deixo de sair se for o último capítulo da novela”.

Este depoimento foi interessante para analisar as diferentes épocas e como esta senhora enxergou este processo de mudança, ela ainda comentou sobre a alegria quando alguém do bairro comprava o aparelho, todos os vizinhos se reuniam para assistir. Hoje em dia é comum um aparelho e geralmente as pessoas assistem sozinhas, cada uma em seu espaço.


Retirado de [ peixeboi.files.wordpress.com/2009/01/tv.jpg ]: acessado em 12/04/2010


Conclusão

Bom, com tudo que ouvimos, lemos e vivemos, pudemos perceber que há um uso desregrado da televisão, não podemos tirar a importância deste meio de comunicação, mas também não podemos esquecer sobre o impacto que esta tem sobre toda a sociedade. Os dados mostram uma quantidade significativa de pessoas que assistem em cômodos separados seus programas e que muitas vezes nem sabem o que aconteceu no dia de um outro familiar.

Esses dados são importantes para fazer uma análise sobre este assunto, porém se olharmos em nossas casas perceberemos isso, dentre as pessoas que conhecemos poucas ainda sentam a mesa e contam o seu dia, porém deve estar claro que não podemos atribuir os problemas familiares a este aparelho, ele interfere nas relações familiares, porém pode ser de um modo positivo ou não, pois um momento de distração onde todos assistem a um programa sentados no sofá é um modo de aproximar as pessoas, de conversar, enfim é um jeito agradável e saudável para uma família.

Durante o desenvolvimento deste projeto vimos que o uso da televisão tomou o caminho do excesso e que deve ser revertido para melhorar as relações dentro do núcleo familiar. O assunto televisão possui muito o que ser discutido, este blog trouxe apenas dados de uma minúscula parcela da sociedade sobre um dos muitos temas que podem ser abordados.

2 comentários:

  1. E onde estão as falas das pessoas? os depoimentos???
    Olha, pessoal, ficou muito "senso comum". Faltou pesquisar no google academico, por exemplo, artigos sobre essa questão.
    Abraço,
    Keila

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  2. Professora Keila,

    Em alguns parágrafos do texto, pode-se encontrar a fala da entrevistada (Maria) entre parênteses. Só houve este depoimento. Os outros dados foram obtidos através do questionário. As fontes de onde os dados foram obtidos estão entre chaves no final dos primeiros parágrafos

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